A continuidade das atividades da 4ª Semana Municipal em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SMDDPF), na Praça Saldanha Marinho, na tarde desta quinta-feira, reforça que, quando se trata de acessibilidade, o assunto deve ser refletido todos os dias, extrapolando a mera realização de eventos ou ações restritas a questões urbanísticas como rampas, calçadas e pisos adequados. Aliás, essas são medidas obrigatórias e previstas em lei.
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– É preciso atitude. Ser acessível é permitir a interação das pessoas com deficiência com a sociedade. É na forma de um professor dar uma aula, de ter respeito ao lugar destinado a idosos e mães com crianças, por exemplo. É aproximar e romper barreiras sociais – explica o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Santa Maria (Comdepedesma), Cristian Evandro Sehnem.
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Para isso, a oficina do Programa de Segurança e Educação para o Trânsito, com atuação na Rua Venâncio Aires, a banca de braile, a participação de alunos do técnico em Enfermagem do SEG, da Cátedra de Direitos Humanos da Fames, conversas por meio da linguagem de sinais e a presença de diversas entidades que estiveram na praça, integraram a 1ª Feira das Acessibilidades, que também fazem parte da programação da semana alusiva às pessoas com deficiência, cujo lançamento ocorreu no último domingo. O encerramento será às 15h da próxima segunda-feira, com desfile de moda inclusivo no Royal Plaza Shopping.

Quem participou das ações também reiterou a importância de qualquer pessoa ter o direito de ocupar qualquer espaço.
–Queremos mostrar que todos temos condições, além de reforçar nossa autoestima _ salienta o aposentado Arquimedes Cezar da Silva Filho, que participa do Força Sobre Rodas, grupo de basquete e handebol para cadeirantes da UFSM, que existe desde 2007.
RESPEITO E EMPATIA
Em meio a conversas e troca de experiência, o público fez severas críticas a precariedade das ruas e calçadas do município, ausência de sinaleiras sonoras, caixas eletrônicos adaptados em agências bancárias, elevadores em ônibus e da própria falta de empatia da população com que tem deficiência.
– Passaram dois ônibus e não pude tomar porque o elevador dos dois estava estragado. Aí não adianta ter. Sem falar da falta de educação ade alguns passageiros que sentam nos bancos reservados e de alguns cobradores que nada fazem– desabafa Claudiomiro dos Santos, que é cadeirante e mora na Cohab Fernando Ferrari, Região Leste da cidade.

O evento é promovido pela prefeitura de Santa Maria, Câmara de Vereadores, Comdepedesma, com apoio do Ministério Público, Brigada Militar, artistas, além diversas associações e instituições.